sexta-feira, 29 de junho de 2012

Fiona Apple: "The Idler Wheel..." (2012)

Fiona Apple está de volta, e com um puta disco. Até o site mega crítico Pitchfork rasgou elogios pra moça. Ela está de volta do único jeito que sabe ser: inteira, humana, sensível e visceral. Sério candidato a melhor disco do ano.


Quem sabe faz ao vivo 1: "Anything We Want"


Clipe de "Every Single Night"


Daredevil



Regret

Faixa a faixa:


1) "Every Single Night"
2) "Daredevil"
3) "Valentine"
4) "Jonathan"
5) "Left Alone"
6) "Werewolf"
7) "Periphery"
8) "Regret"
9) "Anything We Want"
10) "Hot Knife"


quinta-feira, 28 de junho de 2012

Wilco: A Ghost is Born (2004)





Podem chamar o 5. álbum do Wilco de experimental, brilhante, difícil, maduro,  rascunho do sucessor  "Sky Blue Sky"...  Eu acho que a banda fez o que estava afim de fazer independentemente do que qualquer um fosse achar, fosse fã, mídia, etc. Com tudo isso, ganharam 2 Grammy (melhor álbum alternativo e melhor embalagem de disco). Se "Yankee Hotel Foxtrot "foi o "OK Computer" da banda, "A Ghost is Born" é seu "Kid A", não pelos efeitos eletrônicos, mas pela espontaneidade e auto confiança do grupo em gravar um disco assim.


A espontaneidade da banda aparece bem nas 3 primeiras faixas: "At Least That's What You Said"  e "Hell is Chrome" alternam momentos de sussurros com solos espaçados de guitarra, enquanto a criativa "Spiders (Kidsmoke)" reveza momentos tensos com solinhos de classic rock. 




Se separamos a soft rock "Wishful Thinking", as  sonicyouthianas "I'm a Wheel" (rock alternativo 90's bem bacana) e "Less than you think" (mais experimental), o álbum forma uma boa sequência de músicas com o DNA do álbum seguinte, belos arranjos, bateria setentista, inspiração na fase final dos beatles e o tom de voz "John Lennon" de Tweedy em algumas canções:  "Muzzle of Bees", "Hummingbird", "Handshake Drugs", "Company in My Back", "Theologians" e "The Late Greats".








Curiosidade: O conjunto "músicas-encarte" é  interessante -  As capas interna, externa e traseira são minimalistas, com fotos artísticas de um ovo tiradas por um fotógrafo do final dos anos 60. O álbum foi lançado em broadcast pela Apple, e se você olhar as artes do encarte, parecem embalagens de um produto da empresa do finado Steve Jobs. Antes do álbum ser lançado, Jeff Tweedy teve de lidar com dores de cabeça crônicas, ataques de ansiedade e depressão crônica, o que o levou à dependência de remédios contra dor  e uma posterior reabilitação. Ouvindo o álbum, dá pra sentir a depressão e ansiedade em algumas faixas.


Com essa resenha encerro o que faltou falar dos meus "100 dias com Wilco".


Disco Anterior: "Yankee Hotel Foxtrot"
Próximo Disco: "Sky Blue Sky"
Voltar para 100 dias com Wilco

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Wilco: "Yankee Hotel Foxtrot" (2002)





Na época eu vi algumas revistas de rock falando muito bem de um tal de "Yankee Hotel Foxtrot" do Wilco, e ignorei. 10 anos depois descobri boas razões p/ ouvir e respeitar o álbum:
- A partir deste álbum, a banda cresceu e adquiriu uma identidade própria.
- Está em várias listas de melhores álbuns, incluindo o livro 1001 álbuns para ouvir antes de morrer.
- É o 1. disco c/o baterista Glenn Kotche, responsável pelo tom setentista da bateria do Wilco. 
- É o maior sucesso comercial da banda, com mais de 500.000 cópias vendidas.
 - O documentário de gravação do disco,"I Am Trying to Break Your Heart" (nome da faixa 1).
- Sem mais delongas,eu vejo o álbum assim:


1) As gostosas faixas "power folk pop"- Boas para ouvir na estrada: nas entrelinhas, há ruidinhos e influências sutis do power pop dos anos 60: "Kamera", "War on War","Heavy Metal Drummer", "Pot Kettle Black".


2) As estilosas:"Jesus Etc" é um dos soft rocks setentistas mais classudos que já ouvi, e foi regravado pela Norah Jones. "I'm the Man Who Loves You" , bem "Beatles na fase Rubber Soul/Revolver"


 
 3) Os cartões postais do álbum: A primeira faixa"I Am Trying to Break Your Heart" abre o disco mostrando algo diferente no som do Wilco, com seus ruidos e efeitos desconstruídos. "Ashes of American Flags" é um Country rock de cowboy solitário de beira de estrada, uma das mais marcantes do álbum. "Poor Places" - A que eu mais gosto no disco: Começa etérea, e culmina em um final emocionante, com ruídos (dá pra ouvir uma voz de rádio amador citando o nome do álbum, cujas iniciais , YHF, significam ondas curtas, tipo de transmissão de rádio) tal qual Radiohead da fase OK Computer


4) As outras: "Radio Cure" é melancólica e sombria com ruídos ocasionais, lembra algo do 1. álbum do Filter."Resevations" é um soft rock melancólico,após o fim da faixa, há cerca de 3 min de partes instrumentais e ruídos no final, prática que a banda intensificaria no álbum seguinte, "A Ghost is Born". 


Pra quem não quiser clicar link a link, dá um play no vídeo acima que tem o disco todo, vai tranquilo. 


Disco anterior: "Summerteeth"
Próximo disco: "A Ghost is Born"
Voltar para 100 dias com Wilco

terça-feira, 26 de junho de 2012

Wilco: Summerteeth (1999)







Summerteeth é um disco bem gostoso de ouvir: Abre com "Can't stand it", que lembra Beck no disco Odelay (e que por sua vez funde sons dos anos 60 e 70). Daí pra frente, dá-lhe influências de power pop sessentista: "She's a Jar",que mescla 60's com Neil Young;"Nothing'severgonnastandinmyway (again)" e "Candyfloss", com ares de Beach Boys"Pieholden Suite"que lembra Beatles, "My Darling", que lembra ambas bandas;sem esquecer da pérola "How to Fight Loneliness" , boa pra ouvir na estrada, descendo pra praia com a namorada, que lembra alguma coisa de 1967/1968 que eu não consigo identificar; e por fim a faixa título lembra uma mistura de anos 60 com guitarrinha de Dire Straits!



Os destaques são as 3 faixas power pop setentistas: "I´m Always in Love" a "1979" do álbum a ótima "ELT" e a marcante "A Shot in The Arm" que aparece em duas versões , ambas com a letra intrigante que compara uma viagem de drogas com o fim do relacionamento. Há teorias muito bacanas sobre esta letra no site SongMeanings, vale olhar. 


O que mais vale falar? "We're Just Friends" e "When You Wake Up Feeling Old" são soft rock setentista (que a banda buscaria nos álbuns seguintes), "In a Future Age" mescla soft rock setentista com rock alternativo dos anos 90, e "Via Chicago" é uma balada de rock alternativo noventista com uma surpresa sonicyouthiana no final. 


Disco anterior: "Being There" 
Próximo disco: "Yankee Hotel Foxtrot" 
Voltar para 100 dias com Wilco

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Wilco: "Being There" (1996)



Um ano após “A.M” o Wilco lança “Being There”, álbum duplo que inicia a expansão das fronteiras musicais da banda. Eu gosto de ver cada um dos cds como uma peça fechada.


Disco 1


Assim como no álbum de estréia, há um bom espaço para diversidade:  Logo de cara temos "Misunderstood”, a faixa de abertura e mais interessante do álbum, que traz uma amostra do som sofisticado que a banda faria a partir do quarto álbum, “Yankee Hotel Foxtrot”. A música, que fala de um artista atormentado do ponto de vista de um fã, começa melancólica e termina em um momento catártico.



Na segunda faixa o álbum dá uma virada: "Monday" e "Outtasite (Outta Mind)" são faixas bem college rock alto astral , enquanto "I Got You (At the End of the Century" é um belo exemplo de power-pop glam como poucos fazem bem (me lembra NY Dolls, ou alguma coisa do "Libertad", segundo álbum do Velvet Revolver. "Red-Eyed and Blue" , com seus vocais distantes "A la Cat Power" tem melodia que lembra Beatles em início de carreira, e "Say You Miss Me" faz uma ponte entre o alt country da banda e experimentos mais pops do album.




Da praia alt. country,   "Far, Far away" tem traços de Neil Young, enquanto "Forget the flowers" é uma bela canção de country de bar de beira de estrada e "What's the World Got in Store" tem uma doce melodia, quase bucólica. Para não deixar de mencionar, "Hotel Arizona" um rock alternativo que soa a Sonic Youth e não faz falta.

Disco 2


Se no disco 1 a banda experimenta novas idéias e lança mão de um pouco da praia da banda até aqui, a mistura do disco 2 é exatamente o contrário. Não falta alt.country aqui: Da faixa de abertura (a melancólica "Sunken Treasure"), passando pela trilha sonora de cowboy "Someday Soon", à serenata "Someone Else's Song", à balada southern rock "Kingpin", àe chegando na balada southern-piano rock de estrada "(Was I) in Your Dreams".

O pop aqui fica pelas pérolas "Why Would You Wanna Live", e a alter ego do primeiro disco "Outta Mind (Outta Sight)" ambas com forte influência do pop sessentista do Beach Boys. Ainda vale ouvir a doce, melancólica e solitária "The Lonely One". Para fechar com chave de ouro, temos nada menos que um rockabilly com country, a divertida "Dreamer in My Dreams". Quer mais?



Disco anterior: "AM" 
Próximo disco: "Summerteeth" 
Voltar para 100 dias com Wilco